5 de abr. de 2013

PASSAGEM DE ÔNIBUS: Novo ato contra aumento do ônibus paralisa Porto Alegre e expõe tensão

Sob forte chuva, centenas de manifestantes comemoraram no início da noite desta quinta-feira a liminar judicial que derrubou o valor da passagem de ônibus de Porto Alegre de R$ 3,05 para R$ 2,85. A Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) informou que o sistema de bilhetagem dos coletivos será atualizado para o valor antigo já na manhã desta sexta-feira.

Desde que entrou em vigor o valor de R$ 3,05, no dia 25 de março, jovens de Porto Alegre saíram às ruas em uma série de protestos contra o novo valor. Dois dias depois, manifestantes entraram em confronto com a Polícia Militar em frente à prefeitura, o que gerou críticas do Executivo municipal. Na última segunda, uma multidão de cerca de 5 mil pessoas saiu em caminhada no centro da capital e parou a cidade.

A pedido dos vereadores do Psol Pedro Ruas e Fernanda Melchionna, o juiz Hilbert Maximiliano Obara determinou a suspensão do aumento da passagem até o julgamento do mérito da questão. “Nós conseguimos anular o último reajuste. Passamos de R$ 3,05 para R$ 2,85, volta para o valor antes do aumento, que é abusivo, ilegal. É um aumento que dentro das condições do transporte coletivo em Porto Alegre não poderia ter sido concedido”, disse Ruas, que entregou a comunicação da Justiça para o vice-prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo, às 19h. A prefeitura não vai recorrer da decisão.

“Sem analisar o mérito, se o juiz entende que tem que baixar a passagem para R$ 2,85, o governo vai cumprir a decisão, o prefeito já determinou a EPTC que cumpra a medida. Evidente que não podemos fazer neste momento, porque temos que mudar o sistema, e nós não vamos recorrer, vamos cumprir a medida liminar”, disse Melo.

Multidão comemora na chuva

Enquanto a prefeitura era comunicada da decisão na Câmara de Vereadores, uma multidão pulava em comemoração em frente ao Paço Municipal. Com as portas fechadas e menos policiamento que nos protestos anteriores, manifestantes subiram as escadarias de prefeitura com faixas. “Quem não pula, quer aumento”, era um dos gritos dos jovens que aderiram à massa.

Fonte: Terra
Foto: Vinicius Costa/Futura Press

OPINIÃO

Sou um amante da democracia, sou a favor da livre manifestação, contra todo o tipo de arbitrariedade e de tentativa de calar a boca do povo. Mas acompanhando as manifestações contra o aumento da passagem de ônibus em Porto Alegre e as interferências ocasionadas por elas na população e no direito de ir e vir, principalmente nos horários de pico, e depois de estar dentro da manifestação desta quinta-feira, 04/04, na Av. Loureiro da Silva, entre Lima e Silva e UFRGS, pude ver todo o tipo de atitudes e ações que sempre condenei, principalmente a incitação à violência e a tentativa de desrespeitar as instituições e a privacidade de cada um, inclusive com ataque a propriedade privada. Vi a tentativa de parar os ônibus que transportavam o povo trabalhador, que estava se dirigindo para casa e a pichação de prédios, carros e ônibus que estavam no caminho da manifestação. 

O que vi foi um bando de jovens de cara coberta com camisetas e tocas chamando a população e a polícia para o confronto com palavras de ordem do tipo: "A passagem tem que baixar se não Porto Alegre vai pagar". Pagar mais o que? Tenho a plena certeza de que mais de 90% dos manifestantes pagam meia passagem, ou seja: a cidade já paga por isso. 

E o pior: Os vândalos infiltrados no meio da turva manipulada que promoverão todo o tipo de desmando vão acreditar que a violência proposta por eles deu resultado. 

A passagem esta alta e tem que baixar com certeza. Os donos das empresas estão com as burras cheias de grana à custa do sofrimento do povo. 

A justiça deu a sentença e ordenou que a passagem voltasse ao custo anterior. E penso que é desta forma que as coisas têm que ocorrer. De forma ordeira, mesmo com manifestação justa, mas sem violência e respeitando o direito de cada um.


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