30 de set. de 2010

ELEIÇÕES 2010: Maioria dos Catarinenses ainda não sabem em quem votar para deputado

As mais recentes pesquisas Ibope e Mapa contratadas pelo Grupo RBS indicam que a maioria do eleitorado catarinense ainda não escolheu seus candidatos a deputado estadual e federal. Os índices também são altos quando se fala na disputa pelas duas vagas no Senado. Parte da explicação pode estar na própria dificuldade da população em entender o papel dos parlamentares.

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Deputados e senadores têm como funções básicas criar e revogar leis estaduais e federais, além de fiscalizar ações do Executivo. Esses deveres nem sempre estão claros na cabeça do eleitor, segundo Sérgio Saturnino, coordenador do Instituto de Pesquisas Sociais da Univali e professor da Univille. Ele acredita que o eleitor foca suas atenções no Executivo.

— Houve uma inversão de valores. O Executivo legisla, cumprindo ações que deveriam ser do Legislativo. O Judiciário analisa casos que seriam de responsabilidade do Legislativo, como o projeto Ficha Limpa — avalia Saturnino.

Cláudio Weber Abramo, da ONG Transparência Brasil, segue linha de raciocínio semelhante.

— Há um problema de legitimidade no legislativo, por sempre ceder às pressões do Executivo — acredita.

O próprio sistema político brasileiro, que é uma mescla dos sistemas presidencialista e parlamentarista, ajudaria a confundir as pessoas. Essa é a posição de Flávio Ramos, professor de sociologia política e ciências sociais da Unisul.

— O ideal seria ter o deputado distrital (eleito por uma determinada região). Seria uma reestruturação do poder, com alguém eleito com um tempo máximo na vaga — imagina.

Para o cientista político Eduardo Guerini, da Universidade Federal de Santa Catarina, os eleitores ainda não são amadurecidos dentro do processo democrático. Ele defende uma reforma política que adote o financiamento público das campanhas e a fidelidade partidária

— Os votos vão para pessoas, não partidos. Precisa haver uma depuração do Legislativo — acredita.

Para exercer suas funções, deputados e senadores contam com estrutura invejável. Cada deputado estadual tem direito a até 22 assessores, enquanto deputados federais podem contratar 25 comissionados e senadores até 78 funcionários, dependendo dos salários pagos. Os salários que variam entre R$ 12,3 mil e 16,5 mil mais os benefícios.

O Ibope apontou no final de semana que 69% dos eleitores catarinenses não escolheram candidato a deputado federal. Na disputa pela Assembleia Legislativa, 63% estão em dúvida. No Senado, o índice de indecisos é de 45%.

Reprodução: Diário Catarinense
Imagem: Google

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