A causa da morte das centenas de pinguins-de-magalhães encontrados na costa do Litoral Norte começa a ser investigada. Uma operação do Centro de Estudos Costeiros, Limnológicos e Marinhos (Ceclimar), que terá apoio do Comando Ambiental da Brigada Militar da região, deve recolher 30 amostras dos animais e encaminhar para ser analisado na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).
Segundo o veterinário Derek Blaese de Amorim, que comandará a operação, durante a quinta-feira foi realizado um rastreamento em 40 quilômetros de costa, entre Tramandaí e Dunas Altas. No trecho, foram encontrados 500 animais mortos. A maior concentração estava próximo às plataformas de Tramandaí e de Cidreira.
— As pessoas ficaram apreensivas achando que pudesse ter a ver com o vazamento de óleo que ocorreu no verão. Mas não havia nenhum sinal de petróleo nos bichos. Não há como apontar uma causa ainda.
Os animais devem chegar a Porto Alegre no início da tarde. A análise será realizada em parceria com a Faculdade de Veterinária da UFRGS. O laudo deve ficar pronto em 30 dias.
Após o recolhimento das amostras, o restante dos corpos devem ser recolhidos pela prefeitura dos municípios.
Os pinguins
O período de migração dos pinguins, que saem da Patagônia, no Chile e na Argentina, em busca de comida, é considerado crítico para a espécie, conforme explica o oceanógrafo e diretor do Museu Oceanográfico da Universidade Federal do Rio Grande (Furg), Lauro Barcellos. Segundo ele, em um único inverno, já chegaram a ser encontrados 600 animais do tipo mortos no Litoral Norte.
— A espécie tem cerca de cinco quilos. Se estiverem mais leves, podem ter morrido por causa do enorme esforço que realizam para achar alimentos, aliado à baixa temperatura da água nessa época — explica.
É na estação mais fria do ano que os pinguins-de-magalhães deixam seu habitat, na Patagônia, para vasculhar alimentos no mar. Porém, as correntes oceânicas acabam os trazendo para a costa gaúcha, conta Barcellos. O oceanólogo pretende ir à região onde foram registradas as mortes desta semana para investigar as causas. A Furg desenvolve o Projeto Larus, que monitora o litoral do Rio Grande do Sul para identificar causas e quantificar ocorrências relacionadas a animais marinhos.
(Ceclimar) recolheram os pinguins da praia e também devem analisar o que provocou as mortes.
QUEM SÃO
— Nome: Pinguim-de-magalhães (Spheniscus magellanicus)
— Peso: de 4 a 5 kg
— Altura: 45 cm
— Idade média: 18 anos
— Habitat natural: zonas costeiras do Chile e da Argentina
A MIGRAÇÃO
— Os pinguins-de-magalhães são originários da Patagônia
— Entre setembro e março, eles permanecem ao sul, para o ciclo de reprodução
— Entre março e setembro, migram para águas mais ao norte, em busca de alimento
— Alguns deles, mais jovens, podem chegar até a região do Estado do Rio de Janeiro
POR QUE ELES MORREM
Segundo especialistas, a maior parte dos animais encontrados no Estado morre por causas naturais, mas redes e óleos também são inimigos. Veja as principais razões:
— Hipotermia
— Exaustão
— Fome
— Desidratação
— Pneumonia
— Velhice
Nenhum comentário:
Postar um comentário