Autoridades do município juntamente com pessoas de várias comunidades reuniram-se na terça-feira, 19, no Auditório da Escola Municipal do Pinguirito para o I Fórum de Acessibilidade. Este teve o intuito de promover análises de questões pertinentes a fim de ajustar a cidade aos padrões da ABNT, tornando-a acessível à pessoas com necessidades especiais.
Garopaba está começando a se adaptar à acessibilidade aos poucos. Nas escolas do município, conforme disse Rosilene Pacheco de Lima, Coordenadora da Educação Especial da Secretaria Municipal de Educação, já possui o Professor 2. Este ajuda o professor regente com os alunos especiais. A Prefeitura também adquiriu um ônibus adaptado para transporte destas crianças, além de outros benefícios.
Nas escolas municipais, aproximadamente 20 discentes portadores de necessidades especiais (deficientes físicos, auditivos, síndrome de down, entre outros) estão matriculados. Estes também são atendidos na educação especial - APAE. Rogério Linhares, o vereador Dedéu, está mantendo contato com uma ONG do Rio de Janeiro para facilitar este trabalho. Ele que completou no mesmo dia do Fórum 14 anos do acidente que o deixou tetraplégico, diz: "Vejo esta cadeira de rodas como amiga, diferentemente de antes, quando me acidentei".
Dedéu falou que os benefícios do Garopaba Acessível não servirão apenas para cadeirantes, mas, inclusive, para portadores de outras deficiências, como idosos com AVC (Acidente Vascular Cerebral), por exemplo.
A psicóloga Karla Garcia Luiz, 26 anos, é natural de Garopaba e nasceu com artrogripose. É uma doença na qual a criança apresenta deformidades fixas nas articulações e os músculos fracos. Este processo começa no feto em desenvolvimento.
Karla falou no fórum sobre suas experiências. Disse que enquanto era pequena e estudava no ensino regular foi tratada como uma criança normal. "A coisa pegou quando fui para a faculdade", completou. Neste período a dificuldade apareceu logo na condução: o ônibus não era adaptado e para entrar, ela contava com o auxílio de amigos.
O Professor Rui Barcellos falou sobre as deficiências múltiplas e acessibilidade. Comentou, inclusive, sobre sua filha que era paraplégica e faleceu ainda jovem.
Rui provocou no auditório a diferenciação entre as palavras deficiência, eficiência e ineficiência. Perguntou qual dos presentes era eficiente em tudo o que fazia, ou ineficiente, incapaz de fazer qualquer coisa. Nenhum levantou a mão. A partir disso o professor pode mostrar que todos são deficientes.
A Secretária Municipal de Educação, Maria Nadir de Araújo, elogiou a visão dos antigos gestores por construirem um auditório com rampa de acesso, como foi o caso feito na Escola do Pinguirito. Entretanto, criticou o prédio da Secretaria de Educação por não oferecer acesso para cadeirantes e outros deficientes físicos.
Duas escolas municipais foram contempladas pelo Ministério de Educação e Cultura - MEC com salas multifuncionais. As Escolas Januário D. Ferreira (Ressacada) e a do Siriú serão as beneficiadas.
Estas salas receberão recursos pedagógicos e de acessibilidade para os alunos com necessidades educativas especiais. "Ela complementa a formação do aluno com vista na autonomia e independência na escola regular e fora dela", disse Rosilene Lima, confiante de que as salas funcionarão a partir do ano que vem.
A Escola Municipal da Gamboa está sendo construida dentro dos padrões de acessibilidade. A escola da comunidade do Macacu, tem como seu ítem principal no projeto de reforma a acessibilidade em toda ela. A Januário D. Ferreira também terá banheiro adaptado e rampa. "As outras escolas serão reformadas conforme as necessidades encontradas", falou Rosilene.
Rui Barcellos concluiu seu depoimento falando que "o que vale na vida é o exemplo, caso contrário não adianta o pai colocar o filho na melhor universidade". Com isso o professor acabou dando ênfase na frase de Karla Garcia que disse ser "muito simples fazer acessibilidade, isso é possível nas pequenas coisas".
A Prefeitura Municipal realizará um Fórum permanente com a finalidade de trabalhar o tema Garopaba Acessível. Desta forma será possível ouvir e debater com a comunidaade as adaptações necessárias. A próxima ocorrerá no dia 04 de novembro, as 20 horas. Ainda não há local definido.
A expectativa é que a partir do Projeto Garopaba Acessível, a cidade receba uma nova clientela: os portadores de necessidades especiais ou com mobilidade reduzida, como crianças, idosos e gestantes. Para que isto seja concretizado, "será realizado um inventário turístico que apontará os atrativos naturais e culturais da região e, após este será feito um diagnóstico e planejamento turístico estratégico com o viés da acessibilidade", afirma a psicopedagoga Rosilene.
Heloiza Abreu - ALO Imprensa
Fotos: Heloiza Abreu
Neste momento, oportunizada de dar minha opinião, parabenizo a iniciativa da Prefeitura Municipal de Garopaba por dar atenção à este assunto pertinente no município. A cidade deve preparar-se para receber pessoas com todos os tipos de deficiência, afinal, deficiente não é só aquele que possuim alguma limitação física, é qualquer um, pois como bem disse o Professor Rui Barcellos no Fórum, não somos todos eficientes ou ineficientes efetivamente naquilo que fazemos, portanto todos somos deficientes. Temos que aprender a tratar deste assunto com mais cuidado, olhando homogeneamente para todas as pessoas. Mais uma vez PARABÉNS AO PREFEITO E TODAS AS SECRETARIAS QUE ESTÃO PREOCUPANDO-SE COM O CASO. Heloiza Abreu.
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