O PSD, partido a ser fundado pelo prefeito paulistano Gilberto Kassab, ainda não tem um viés ideológico definido, mas nasce com vocação governista e com alto poder de fogo na eleição municipal de 2012: terá sob seu domínio máquinas públicas em Estados e prefeituras com orçamentos acima de R$ 60 bilhões.
O poder das estruturas locais será decisivo na eleição. Na capital paulista, Kassab administra um orçamento de R$ 31,7 bilhões. Os governadores Omar Aziz (AM) e Raimundo Colombo (SC), que anunciaram o ingresso na legenda de Kassab, comandam, respectivamente, recursos de R$ 10,4 bilhões e R$ 17,9 bilhões.
Debandada no DEM em Santa Catarina
O governador Raimundo Colombo vai levar a grande maioria dos 42 prefeitos do DEM para o PSD. De acordo com levantamento do Diário Catarinense, 32 estão com os dois pés no novo partido: 24 confirmaram a mudança à reportagem e oito admitiram que a tendência é pela troca de endereço partidário, apesar da ressalva de que ainda vão aguardar a posição dos diretórios municipais. Apenas oito falaram que estão indecisos e dois não atenderam às ligações da reportagem, feitas entre terça e quarta-feira.
Veja a realação da prefeituras catarinenses do DEM, e como esta a situação, clic abaixo:
Placar nas 42 prefeituras
No interior a mobilização é intensa para esclarecer as dúvidas do que fazer para mudar de sigla. Os integrantes dos diretórios municipais estão realizando reuniões e procurando pelos deputados de sua região. Os prefeitos queoptaram pela filiação ao PSD trabalham para levar junto vereadores e outras lideranças municipais.
— Temos quatro vereadores na cidade e está praticamente definida a vinda de todos. Temos, ainda, a perspectiva de trazer parlamentares de outros partidos — afirma o prefeito de Rio do Sul, Milton Hobus.
— Eu vou seguir o governador e estamos mobilizando as pessoas que têm interesse em me seguir em Joaçaba e região — diz o prefeito de Joaçaba, Rafael Laske.
O principal argumento para a mudança de partido é a fidelidade ao governador. Em Vidal Ramos, no Vale do Itajaí, por exemplo, além de declarar lealdade a Colombo, o prefeito Nabor José Schmitz tem como referências o deputados Paulo Bornhausen e Cesar Souza Junior, que também vão migrar para o PSD. O prefeito de Botuverá, Zenor Francisco Sgrott, também vê o governador como "líder maior", mas considera outra questão:
— Não tem como fugir da mudança. É uma questão de sobrevivência para municípios pequenos como o nosso. Já não somos do partido da presidente. A solução é acompanhar o governador.
A maior parte dos prefeitos indecisos ainda não assinou sua filiação porque espera ouvir as opiniões dos companheiros.
— Nós fomos contatados pelo deputado José Nei Ascari e ele nos passou algumas informações. Vamos fazer uma reunião na sexta-feira a noite para tomar a decisão. Existe uma simpatia para acompanhar o governador, mas a gente não quer tomar decisão antes de consultar as bases — diz o prefeito de Balneário Arroio do Silva, Evandro Scaini.
O prefeito de Ermo, Marcos Oliveira, disse que não pretende assinar o ato de fundação do PSD no dia 14, quando será realizado um evento para filiação daqueles que têm mandato, para que não tenham problemas por infidelidade partidária.
— Não vou assinar nada agora, não tenho reeleição em 2012 e não vou tomar decisão neste momento. Mas aqui em Ermo todo o partido vai com o governador — conta ele.
Em Santa Catarina, além de Colombo, o PSD nasce com oitos deputados estaduais (sete ex-demistas e um que saiu do PP) e três federais (todos demistas). O DEM tem no Estado 114.217 filiados, 42 prefeitos, 44 vices e 406 vereadores. A debandada dos demistas deve esvaziar a sigla catarinense.
Fonte: DC Online e R7
Charge: Alecrim / Google
Edição: ALO Imprensa
Nenhum comentário:
Postar um comentário