O senador e ex-ministro da Educação Cristovam Buarque (PDT-DF) criticou ontem a distribuição de livros didáticos, autorizados pelo Ministério da Educação (MEC), que admitem o ensino da língua portuguesa com erros de gramática. Segundo ele, o país não pode criar duas línguas, fortalecendo, assim, o que chamou de apartheid linguístico.
— Permitir a criação de dois idiomas, o português dos condomínios e dos shoppings e o português das ruas e dos campos, é quebrar o que há de mais substancial na unidade de um povo. Permitir duas línguas é fortalecer o apartheid brasileiro — afirmou na segunda-feira, em pronunciamento no Plenário do Senado.
Para Buarque, é preciso quebrar o preconceito contra aqueles que não falam bem a língua oficial. Uma saída para isso, segundo ele, é ensinar a todos o português correto. Segundo ele, o povo e a elite precisam aprender a língua oficial e sem erros. Em concursos públicos e vestibulares, lembrou o senador, não são aceitos os erros de gramática.
— Não se trata de sotaque, nem de vocabulário, mas de gramática — disse o senador.
Ontem, a Academia Brasileira de Letras (ABL) divulgou nota em que desaprova o livro Por Uma Vida Melhor, de Heloísa Ramos, distribuído a 485 mil estudantes jovens e adultos em todo o país.
— Todas as feições sociais do nosso idioma constituem objeto de disciplinas científicas, mas bem diferente é a tarefa do professor de língua portuguesa, que espera encontrar no livro didático o respaldo dos usos da língua padrão que ministra a seus discípulos — diz a nota.
Ao defender uma suposta supremacia da linguagem oral sobre a linguagem escrita, o livro admite a troca dos conceitos "certo e errado" por "adequado ou inadequado". A partir daí, frases com erros de português como "nós pega o peixe" poderiam ser consideradas corretas em certos contextos.
Apesar das críticas de educadores e escritores, o MEC não pretende retirar das escolas o livro distribuído pelo Programa Nacional do Livro Didático.
Entenda como é a escola dos livros didáticos:
— Segundo o Ministério da Educação, a escolha dos livros didáticos não passa pelo crivo dos gestores públicos
— A indicação é feita por universidades a partir de ofertas das editoras em licitações públicas
— As universidades fazem a seleção com base na análise de livros sem capa e sem identificação de origem
— Com a indicação, os livros vão para o catálogo do ministério. Mas o livro só é comprado e distribuído se algum professor se interessar pelo texto e fizer o pedido ao Programa Nacional do Livro Didático
Fonte: Agência Senado— Permitir a criação de dois idiomas, o português dos condomínios e dos shoppings e o português das ruas e dos campos, é quebrar o que há de mais substancial na unidade de um povo. Permitir duas línguas é fortalecer o apartheid brasileiro — afirmou na segunda-feira, em pronunciamento no Plenário do Senado.
Para Buarque, é preciso quebrar o preconceito contra aqueles que não falam bem a língua oficial. Uma saída para isso, segundo ele, é ensinar a todos o português correto. Segundo ele, o povo e a elite precisam aprender a língua oficial e sem erros. Em concursos públicos e vestibulares, lembrou o senador, não são aceitos os erros de gramática.
— Não se trata de sotaque, nem de vocabulário, mas de gramática — disse o senador.
Ontem, a Academia Brasileira de Letras (ABL) divulgou nota em que desaprova o livro Por Uma Vida Melhor, de Heloísa Ramos, distribuído a 485 mil estudantes jovens e adultos em todo o país.
— Todas as feições sociais do nosso idioma constituem objeto de disciplinas científicas, mas bem diferente é a tarefa do professor de língua portuguesa, que espera encontrar no livro didático o respaldo dos usos da língua padrão que ministra a seus discípulos — diz a nota.
Ao defender uma suposta supremacia da linguagem oral sobre a linguagem escrita, o livro admite a troca dos conceitos "certo e errado" por "adequado ou inadequado". A partir daí, frases com erros de português como "nós pega o peixe" poderiam ser consideradas corretas em certos contextos.
Apesar das críticas de educadores e escritores, o MEC não pretende retirar das escolas o livro distribuído pelo Programa Nacional do Livro Didático.
Entenda como é a escola dos livros didáticos:
— Segundo o Ministério da Educação, a escolha dos livros didáticos não passa pelo crivo dos gestores públicos
— A indicação é feita por universidades a partir de ofertas das editoras em licitações públicas
— As universidades fazem a seleção com base na análise de livros sem capa e sem identificação de origem
— Com a indicação, os livros vão para o catálogo do ministério. Mas o livro só é comprado e distribuído se algum professor se interessar pelo texto e fizer o pedido ao Programa Nacional do Livro Didático
Foto: Divulgação Senado
Nenhum comentário:
Postar um comentário