Até lá, pescadores seguem o ritual de remendar suas redes. Aproveitam também para a limpar motores e fazer melhorias nas embarcações. Tudo isso na expectativa de que a safra seja tão boa ou melhor do que a do ano passado. São dois meses de liberação para a captura.
A boa notícia chega do Rio Grande do Sul, e foi repassada por parelhas de catarinenses que estiveram na Lagoa dos Patos.
— Tem muita tainha por lá. É passar o remo e o bicho pula. O cardume vai ter que sair para desovar por aqui — espera Vilmar Machado, um dos pescadores da Barra da Lagoa.
A pesca da tainha, tradicionalmente, começa com a chegado do frio. Torna-se comum os cardumes migrarem do sul em busca de águas quentes para desovar.
Licenças para pesca
Em 2009, Instrução Normativa, do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama), que dispõe sobre normas para a captura de tainha e para o exercício da pesca, reduziu o número de licenças para as embarcações da chamada frota industrial que opera com redes de cerco.
Para os pescadores artesanais, a legislação também ajudou por serem grandes as diferenças das embarcações e tecnologias usadas. Enquanto os artesanais ainda utilizam o olho para identificar a presença de cardumes no mar, as grandes parelhas fazem a localização de cardumes a cinco milhas com um sonar.
Para estar de acordo com a legislação, independente de ser pesca industrial ou artesanal, é necessário obedecer a distância de 300 metros do costão e 800 metros da pesca. Este cuidado ocorre por ser a tainha uma espécie de peixe considerada "de passagem". Se o cardume entra no costão, precisará sair.
Fiscalização evita falsos pescadores
O Sindicato dos Pescadores do Estado de Santa Catarina (Sindpesca) promete fiscalizar a pesca da tainha para "pegar os falsos pescadores". Quem garante é Osvani Gonçalves, presidente da entidade com 19 regionais espalhadas pelo Estado e que representa cerca de 40 mil associados.
Para isso, foi montada uma equipe com cinco fiscais que estarão nas praias onde tradicionalmente ocorre lance do arrastão da tainha.
— Vamos exigir a documentação prevista no Sistema da Previdência Social e da Receita Federal, o que já é de conhecimento das pessoas interessadas. Esta história de funcionário público, policial, empresários nas praias atrapalhando o trabalho dos pescadores, devidamente regulamentados, vai acabar — alerta.
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ALO Imprensa
Fonte: DC - Foto: Garopaba FM
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