No primeiro semestre de 2010, o Google foi obrigado por autoridades brasileiras a retirar do ar 398 textos jornalísticos – recorde mundial para o período, e o dobro do número ostentado pelo segundo colocado na lista, a Líbia, uma ditadura.
O dado consta do relatório do Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ), divulgado nesta terça-feira, em São Paulo. Os dados também mostram que, às vésperas das eleições 2010, juízes brasileiros emitiram 21 ordens de censura, segundo pesquisa realizada pelo Centro Knight para o Jornalismo, do Texas (EUA).
Os números chocam, mas não surpreendem. Afinal, o Brasil vem alimentando o mau hábito de manter algum tipo de controle sobre a circulação de ideias – prática que fere a liberdade de expressão também na internet.
"Esse quadro mostra que a censura e a autocensura, que vem junto, estão atingindo níveis muito sérios no Brasil", disse Carlos Lauria, coordenador do CPJ, que veio ao país apresentar o levantamento Ataques à Imprensa em 2010, segundo a Agência Estado.
A censura ao jornal O Estado de S. Paulo, que nesta quarta-feira chega ao 565º dia, é o destaque do levantamento. "É espantoso que, num país como o Brasil, um dos maiores jornais seja proibido de noticiar um grande escândalo, que envolve figuras políticas conhecidas. Não consigo imaginar o Washington Post sendo proibido de publicar algo sobre um ex-presidente americano", disse ele.
Fonte: Veja Online
Imagem: Google
Edição: ALO Imprensa
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