A bola só rola amanhã, mas, depois de muita expectativa, a Copa 2010 tem seu início oficial hoje, com show em Soweto. Depois de cinco Mundiais consecutivos em países ricos, a Fifa abre seu primeiro Mundial na África e o primeiro em 24 anos em um mercado emergente (após o México, em 1986, receberam o evento Itália, Estados Unidos, França, Japão/Coreia do Sul e Alemanha). Ironicamente, o torneio no continente mais miserável do planeta será o que vai garantir a maior renda na história da competição.
Pela primeira vez numa Copa, a abertura será um dia antes do jogo inicial - os donos da casa enfrentam o México, no Soccer City, amanhã. No Orlando Stadium, hoje, a partir das 20 horas (15 horas de Brasília), cerca de 30 mil pessoas vão acompanhar a festa, que tem entre suas estrelas a cantora colombiana Shakira e a banda norte-americana Black Eyed Peas.
Festa elitizada. Como era de se esperar, e o que provocou muita reclamação dos sul-africanos, a Copa começa para os mais abastados. Apesar de o show ser em Soweto, uma das regiões mais pobres do país, a população não tem condição de pagar os 450 rands (pouco mais de R$ 100) pelo ingresso mais barato.
Enquanto boa parte do povo sofre com a miséria, a Fifa consegue, com a abertura da Copa na África, superar mais uma fronteira no mundo do futebol. A entidade vive o período de maior exuberância financeira em seus 106 anos de existência. O Mundial renderá US$ 3,2 bilhões (R$ 5,9 bilhões), 50% a mais do obtido na Alemanha. A estimativa é de que o montante retido pela Fifa seja três vezes maior do que o que ficará com a economia sul-africana. Só em um fundo de reserva para emergências, a Fifa soma US$ 1 bilhão em suas contas, um patrimônio superior a pelo menos dez países africanos.
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ALO Imprensa
Fonte: Estadão - Foto: Black Eyed Peas antes do ensaio - AFP
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