Durante reunião com autoridades e empresários catarinesnses ontem(12) em Brasília, o diretor-geral do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), Luiz Antônio Pagot, afirmou que não há chances de se encerrar a duplicação da BR-101 antes do primeiro semestre de 2014. Os catarinenses saíram frustrados da audiência, que não estabeleceu um cronograma para as obras.
O ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, não atendeu ao chamado da bancada federal e faltou ao encontro. Em seu lugar, a diretoria do Dnit esclareceu as dúvidas sobre a duplicação, e Pagot demonstrou desconforto com as especulações ventiladas pelo Planalto durante as eleições de que a obra seria concluída até 2013. No entanto, ele garantiu que trechos problemáticos, como os lotes 25 (Capivari de Baixo-Laguna) e 29 (Araranguá-Sombrio), ficarão prontos até o final do ano que vem.
— Apesar da desconfiança de vocês, esse é o cronograma possível, factível. No período de campanha, foram citadas muitas datas de inauguração que não eram compatíveis com o calendário do PAC nem do Dnit — reclamou.
Pagot não estipulou algumas datas, mas não disse como fará para resolver entraves na duplicação. A licitação do túnel do Morro do Formigão, por exemplo, enfrenta uma disputa entre dois consórcios. O diretor do Dnit prometeu entregar a ordem de serviço em um mês sem explicar como resolverá a situação.
O túnel do Morro dos Cavalos, em Palhoça, depende de autorização do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e da Fundação Nacional do Índio (Funai). Cumprido este trâmite são necessários 30 meses de trabalho. Ou seja, é preciso começar até janeiro de 2012.
Em nenhum momento Pagot esclareceu como conseguirá a liberação de licenças que se arrastam desde 2008. Além disso, é preciso elaborar o projeto para fazer a licitação em oito meses, prazo exíguo para a burocracia brasileira.
A previsão do dirigente do Dnit decepcionou dezenas de catarinenses que lotaram o plenário 12 da Câmara dos Deputados. Nas últimas semanas, entidades empresariais e políticos se mobilizaram para participar da audiência, esperando uma garantia concreta para o cronograma final das obras.
Acuado, Pagot desabafou e passou a relatar as dificuldades enfrentadas pelo Dnit. Citou o caso do túnel do Morro dos Cavalos, em Palhoça. Na tentativa de acalmar os ânimos, ele se comprometeu a enviar relatórios mensais sobre o avanço das obras. Em maio, o diretor geral do Dnit deve ir à Assembleia Legislativa prestar novos esclarecimentos sobre a duplicação.
Representantes das empresas responsáveis pelos trechos atrasados compareceram à audiência pública, mas praticamente não se manifestaram. Sem esconder a preocupação com o ritmo das obras, o governador Raimundo Colombo considerou que o comprometimento das empreiteiras em assumir um compromisso facilitaria o Estado a fiscalizar o andamento da duplicação.
— Temos de somar forças. Não adianta apenas criticar, querer se aproveitar da situação — afirmou.
Mural: De quem você acha que é a culpa para a demora na finalização das obras da BR-101?
Fonte: DC Online
Foto: Artur Hugen
Nenhum comentário:
Postar um comentário