7 de abr. de 2011

Violência nas escolas aumenta em Florianópolis

Em apenas dois dias, dois adolescentes foram apreendidos com armas nas imediações de colégios da Capital

Mais um adolescente de 17 anos foi apreendido e conduzido pela PM (Polícia Militar) para a 6ª DP por porte ilegal de arma na manhã de quarta-feira (6). Ele estava nas imediações do IEE (Instituto Estadual de Educação) e foi abordado por uma guarnição depois de uma denúncia anônima. Um revólver 38 duas polegadas e munição foram encontrados com o jovem, que foi registrado no boletim de ocorrência da PM como aluno do Instituto. Segundo Vendelim Borguezoni, diretor da escola, o adolescente não está matriculado na instituição. Porém, um dos seguranças do Instituto afirma que o rapaz é namorado de uma das estudantes e sempre fica no local no período da manhã.

Esse foi o segundo caso em dois dias de apreensão de adolescentes com arma e munição no entorno de colégios da Capital. Na terça-feira, um rapaz também de 17 anos mostrava uma pistola 380 ao colega, em frente à Escola de Educação Básica Silveira de Souza, no Centro.

Um dos professores do local que não quis se identificar com medo das ameaças dos alunos, diz que esse tipo de situação não fica apenas do lado de fora do portão da escola. “Já colocaram fogo no ginásio, ameaçaram a merendeira e usam drogas direto ali. Chegamos a registrar um BO para ver se somos ouvidos, mas não adiantou. Somos ameaçados e vivemos com medo. Eles não tem nada a perder”, observa.

Escola estadual fecha por causa da violência

No ano passado, denúncias de violência contra professores na Escola de Educação Básica Celso Ramos fragilizaram o ensino da Capital e colocaram em discussão a segurança dentro das instituições. Na época, a diretora, Miriam dos Santos, foi agredida por um aluno. O episódio contribuiu para o fechamento da escola neste ano. Segundo o articulador de educação básica da Secretaria Estadual de Educação, Isaac Ferreira, apenas 90 alunos fizeram a rematrícula para 2011. Eles foram transferidos para outras escolas e a maioria foi para o IEE.

Borguezoni conta que 200 alunos foram transferidos, mas nenhum deles causou qualquer tipo de problema dentro da instituição. “Eles se integraram normalmente aos outros alunos e não tivemos casos de violência”, afirma. Um dos seguranças do local, que preferiu não se identificar, comenta que quando houve a transferência dos alunos todos ficaram com medo. “Mas eles nos respeitam e nós respeitamos eles. É claro que eles falam coisas, mas entra por um ouvido e sai pelo outro senão a gente não trabalha. Não dá pra cutucar a onça com vara verde”, diz.

Aluno da Celso Ramos causa medo no Lauro Müller

A Escola Básica Estadual Lauro Müller recebeu dois alunos transferidos da Celso Ramos. Um deles já causou problemas para a direção. Segundo Rita Damiani, diretora da instituição, o menino, de 11 anos, bateu no rosto de uma professora e ameaçou a assessoria de orientação pedagógica da escola. “Ele disse: te cuida que coloco uma pistola na tua cabeça e te dou um tiro na cara. O menino tem cabeça de adulto e diz que vai ser sucessor do dono do Morro do Mocotó e está sendo preparado para isso”, conta a assessora, Leonete Bekhauser Espíndola.

Segundo Rita, faz uma semana que o menina não vai mais à escola, já que a mãe foi chamada e diz ter consciência da posição do filho. “Ela sabe que vai ter que entregar o filho para o tráfico e diz que se não fizer isso os traficantes vão matar sua família. É uma pena isso. O caso já está na promotoria e o juiz vê alternativas para tirá-lo do morro. Quando acontece algo assim eu chamo a polícia e coloco nas mão deles. Não podemos ser reféns dessa situação”, comenta ela, que gerencia cerca de 700 estudantes de diversas classes sociais.

Fonte: ND Online
Imagem: Google
Edição: ALO Imprensa

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